sábado, 7 de novembro de 2015

Caminhando para reta final

Mais uma etapa vencida 
com experiência vivida
pra toda vida


Ano pesado
cheio de aprendizado
desafiadores
como imaginado


Que no amanhã exista possibilidade
para que a felicidade
tenha prioridade


terça-feira, 3 de novembro de 2015

Semana intensa (26 a 29/10)

Na semana dos dias 26 a 29 de outubro de 2015, pude participar de vários encontros coordenados e programados pela CGAN no DAB. Para quem não tem conhecimento, esta Coordenção é responsável por propor, planejar  e monitorar várias ações. políticas e programas com vistas a promover e melhorar as condições nutricionais da população para garantir condições de saúde saudáveis. Dessa maneira, e considerando a proximidade da 5 Conferência Nacional de Segurança Alimentar  e Nutricional, a CGAN organizou vários debates importantes.

Em todos eles, pude perceber como é importante a contribuição e participação de vários atores envolvidos nas causas para compor o debate. Percebi que essas discussões são chaves para gerar mais reflexões, mais estudos e que futuramente irão embasar mudanças em programas ou políticas e também podem compor uma nova estrutura e funcionando de ações. O chamamento desses atores para dialogar faz com que as políticas tomem rumos específicos, por isso, a importância de agregar pessoas e instituições comprometidas com a saúde e que se preocupam com a saúde pública de qualidade. 

Outro aspecto positivo desses encontros é a participação de representantes de municípios e estados para compartilhar dúvidas, saberes, processos de trabalhos, perspectivas, experiências exitosas e relatos de superação. Quando o MS oferece espaço para ouvir, é sinal de que estamos nos aproximando das diversas realidades e tentando incorporar o "saber-fazer" dos outros entes federados para melhorar a adequação das políticas públicas nacionais.

A intersetorialidade da saúde também é observada quando outros atores do poder executivo federal são convidados e participa das discussões. Principalmente as questões relacionadas a alimentação e nutrição que tem várias interfaces como condições sociais da população, as questões econômicas e do mercado, a agricultura sustentável, uso excessiva de tecnologia nos alimentos, as diversas culturas do Brasil e outras...

Os parceiros são fundamentais para a construção e qualificação das políticas de saúde desde que os atores sejam compromissados com os princípios do SUS.


domingo, 1 de novembro de 2015

Promoção da Saúde - Guia Alimentar

Umas das maiores políticas do Brasil referente aos aspectos da alimentação e nutrição foi lançada pelo Ministério da Saúde em 2014. Essa política é o Guia Alimentar para a População Brasileira.

Este Guia é um marco para a saúde pública, pois traz boas perspectivas para alimentação e considera como estratégia para promover saúde e, claro, a alimentação saudável. O guia foi elaborado para a população brasileira, ou seja, é indicado que sejam consumidos alimentos saudáveis e de fácil acesso. Os alimentos, então, devem ser características daquela região e fazer parte da cultura das pessoas. A principal ideia é consumir alimentos in natura e minimamente processado. Isso se deve por considerar que a alimentação é um ato política, que resgata fatores culturais das pessoas.

O Guia é um importante instrumento para alcançar as questões da promoção da saúde. Sabemos que atualmente existem problemas de sobrepeso e obesidade na população, inclusive de crianças. O consumo exagerado de produtos industrializados, os preços, a rotina do dia a dia, a facilidade de acesso estimulam uma má alimentação. Por isso, o foco de estimular o consumo de alimentos regiões.

Outro aspecto inovador do Guia é possibilitar que pessoas que não dominam a arte de cozinhar e que não possuem tempo, consiga se alimentar adequadamente. Para isso, o Guia oferece dicas de alimentos e modos de preparos.

O Guia alimentar foi distribuído para as unidades de saúde com o objetivo de instrumentar e auxiliar os profissionais de saúde para ofertar e disseminar as informações estratégicas para a população. Assim, é possível atingir o maior número de pessoas para sensibilização da importância da alimentação para nossa saúde.


quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Saúde para todos

As questões relacionadas à saúde prisional são desconhecidas para mim e a especialização me oportunizou de estudá-las um pouco melhor. Motivado pela última postagem e sendo a saúde prisional interesse da Atenção Básica, me propus a pesquisar e compartilhar...


A saúde prisional está incorporada em uma política que se denomina Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP).

Pessoas privadas de liberdade: 

são pessoas com idade superior a 18 (dezoito) anos e que estejam sob a custódia do Estado em caráter provisório ou sentenciados para cumprimento de pena privativa de liberdade ou medida de segurança.

Princípios da PNAISP:


I - respeito aos direitos humanos e à justiça social;

II - integralidade da atenção à saúde da população privada de liberdade no conjunto de ações de promoção, proteção, prevenção,assistência, recuperação e vigilância em saúde, executadas nos diferentes níveis de atenção;

III - equidade, em virtude de reconhecer as diferenças e singularidades dos sujeitos de direitos;

IV - promoção de iniciativas de ambiência humanizada e saudável com vistas à garantia da proteção dos direitos dessas pessoas;

V - corresponsabilidade interfederativa quanto à organização dos serviços segundo a complexidade das ações desenvolvidas, assegurada por meio da Rede Atenção à Saúde no território; e

VI - valorização de mecanismos de participação popular e controle social nos processos de formulação e gestão de políticas para atenção à saúde das pessoas privadas de liberdade.

Objetivos da PNAISP:

I - promover o acesso das pessoas privadas de liberdade à Rede de Atenção à Saúde, visando ao cuidado integral;

II - garantir a autonomia dos profissionais de saúde para a realização do cuidado integral das pessoas privadas de liberdade;

III - qualificar e humanizar a atenção à saúde no sistema prisional por meio de ações conjuntas das áreas da saúde e da justiça;

IV - promover as relações intersetoriais com as políticas de direitos humanos, afirmativas e sociais básicas, bem como com as da Justiça Criminal; e

V - fomentar e fortalecer a participação e o controle social.

Ações ofertadas:

I - a atenção básica será ofertada por meio das equipes de atenção básica das Unidades Básicas de Saúde definidas no território ou por meio das Equipes de Saúde no Sistema Prisional (ESP), observada a pactuação estabelecida; e

II - a oferta das demais ações e serviços de saúde será prevista e pactuada na Rede de Atenção à Saúde.


Os serviços de saúde nas unidades prisionais serão estruturados como pontos de atenção da Rede de Atenção à Saúde e cadastrados no Sistema Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES). A assistência farmacêutica no âmbito desta Política será disciplinada em ato específico do Ministro de Estado da Saúde. A estratégia e os serviços para avaliação psicossocial e monitoramento das medidas terapêuticas aplicáveis às pessoas com transtorno mental em conflito com a lei, instituídos no âmbito desta Política, serão regulamentados em ato específico do Ministro de Estado da Saúde.




Direito condenado

Essa semana foi publicada uma matéria na mídia sobre uma mulher, grávida e detenta em uma penitenciária feminina no Rio de Janeiro.

Até ai nada demais, visto que nossa legislação garante acesso a atenção pré-natal de qualidade e assegura o parto em condições dignas para as mulheres. E não é só isso, pois as mulheres em seu período de puerpério têm o direito de amamentar seus filhos, estabelecendo vínculo. Outra prerrogativa é a instalação de creche nas penitenciárias brasileiras para facilitar a aproximação das mulheres com seus filhos.

Porém nada disso aconteceu. Nada. Lembrando que essa é a oferta básica dos serviços de saúde e garantido o acesso a saúde para todos as pessoas como claramente expresso em nossa Constituição Federal.

A mulher foi deixada em isolamento por causa de um castigo e mesmo apresentando gravidez avançada foi deixada sozinha dentro da solitária. Como previsto pelas circunstâncias, a mulher entrou em trabalho de parto e apesar dos gritos, permaneceu sozinha e deu a luz sem as mínimas condições humanas para isso. Após ter feito seu próprio parto, sozinha, na solitária, saiu do castigo com seu bebê no colo e o cordão umbilical ligado ao útero. Castigo?


#humanização
#violência
#justiça
#violação
#direitos
#restrição
#saúde
#privação
#integralidade



terça-feira, 27 de outubro de 2015

Última UPP: Gestão do Trabalho

A Gestão do Trabalho em Saúde trata das relações de trabalho a partir de uma concepção na qual a participação do trabalhador é fundamental para a efetividade e eficiência do Sistema Único de Saúde. Dessa forma, o trabalhador é percebido como sujeito e agente transformador de seu ambiente e não apenas um mero recurso humano realizador de tarefas previamente estabelecidas pela administração local.
Nessa abordagem, o trabalho é visto como um processo de trocas, intercâmbio, de criatividade, co-participação e co-responsabilização, de enriquecimento e comprometimento mútuos. Essa política pressupõe a garantia de requisitos básicos para a valorização do trabalhador da saúde e  do seu trabalho, tais como: Plano de Carreira, Cargos e Salários; vínculos de trabalho com proteção social; espaços de discussão e negociação das relações de trabalho em saúde, com mesas de negociação permanente e comissões locais de negociação de condições de trabalho; capacitação e educação permanente dos trabalhadores; humanização da qualidade do trabalho, dentre outros.


Reflexões em aula:
Cuidar dos trabalhadores também é saúde.
Trabalhador "doente" não produz saúde.
No SUS trabalhadores não são atividade-meio.
Técnica não resume o trabalho em saúde.
Trabalho e interação social.
Coletivo organizado = agrupamento de trabalhadores com objetivos.
Educação na gestão do trabalho.
Trabalhador é capaz de aprender-ensinar no trabalho.
Troca de experiências entre profissionais.
Condições de trabalho humanizadas.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

12 anos de Bolsa Família (Programa Emancipatório)




Evidências do Programa Bolsa Família:

*600 mil pessoas deixaram o programa em 2014 por não precisaram mais;
*Brasil saiu do mapa da fome;
*36 milhões de brasileiros saíram da extrema pobreza;
*97% de 17 milhões de crianças estão com frequência regular nas escolas;
*Mortalidade Infantil reduziu 58%;
290 mil beneficiários se tornaram empreendedores;
*Aumentou a qualificação profissional dos beneficiários. 


domingo, 11 de outubro de 2015

Mito - Programa Bolsa Família





"Segundo o governo federal, cerca de 75% dos adultos atendidos pelo Bolsa Família trabalham. Além disso, mais de 650 mil beneficiários já receberam cursos de qualificação profissional, ofertados em quase dois mil municípios. Além do Pronatec, são ofertadas oportunidades de microcréditos e de organização dos trabalhadores em cooperativas. O Programa Bolsa Família está completando dez anos, realizando encontros para avaliar os avanços, os efeitos e desafios do programa de transferência de renda. Segundo a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, os números da inserção no mercado dos beneficiários quebram o mito de que o Bolsa Família não incentiva a população a trabalhar."
MDS - Ministério do Desenvolvimento Social (Youtube)


Bolsa Família - Condicionalidades de Saúde

O Programa Bolsa Família (PBF), instituído pela Lei nº 10.836 no ano de 2004, é um dos maiores programas do Brasil de transferência de renda do ente federal para as famílias em situação de pobreza ou extrema pobreza. O principal objetivo do Programa é combater a fome e a miséria ainda presentes no país e também de promover a emancipação das famílias consideradas vulneráveis e, dessa forma, romper com o ciclo de pobreza e garantindo a democratização do acesso aos bens sociais.

O Programa, além da transferência de renda, possui mais dois eixos principais, são eles: ações desenvolvidas às famílias para superarem a situação de vulnerabilidade e o cumprimento das condicionalidades que reforçam o acesso a direitos sociais básicos como educação, assistência social e saúde. Os compromissos assumidos na saúde são o acompanhamento do calendário vacinal, do crescimento e desenvolvimento das crianças menores de sete anos, e o acompanhamento de gestantes e nutrizes.

Na saúde as condicionalidades são de competência dos estados e municípios de realizarem o acompanhamento das famílias beneficiárias nas condicionalidades e de transmitir as informações ao Ministério da Saúde. Para que o acompanhamento seja feito da melhor forma possível, a Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição (CGAN) do Ministério da Saúde promove ações com o objetivo de qualificar profissionais de saúde e responsáveis técnicos envolvidos no acompanhamento das condicionalidades de saúde.

Nas estratégias utilizadas pela Coordenação há espaços de troca de experiências entre gestões nacional, estaduais e municípios na perspectiva do processo de trabalho tanto no acompanhamento feito pelas equipes de atenção básica quanto na gestão das condicionalidades. Além de ser também um espaço de receber as sugestões dos representantes estaduais e municipais do Programa, promover a discussão e tentar incorporar as sugestões para o fortalecimento da gestão do acompanhamento das condicionalidades.

A CGAN organiza e realiza cinco grandes estratégias para aproximação dos profissionais envolvidos no Bolsa Família e também para adequar os processos de trabalho dos técnicos/profissionais com as propostas do Programa. Uma delas é a oferta de curso de educação à distância (EAD) na Plataforma UniverSUS sobre o Programa Bolsa Família.


O curso EAD busca qualificar os profissionais que atuam nos estados e municípios na execução de ações de monitoramento e acompanhamento das famílias beneficiárias. No período de 2011 a 2014, foram ofertadas 32 turmas, com o total de 11.406 alunos inscritos e 5.504 finalizaram o curso com aproveitamento total. Já no primeiro semestre do ano de 2015 foram ofertadas cinco turmas, que somam o total de 2.228 alunos inscritos.




domingo, 4 de outubro de 2015

Papéis da Gestão







Gestão da Atenção Básica

A atenção básica, com base na Política Nacional de Atenção Básica, é caracterizada por um conjunto de serviços e ações de saúde com o objetivo de recuperar, prevenir e promover a saúde. Por ser desenvolvida próxima a vida das pessoas, ela se torna potente para a organização das ofertas e ordenação e coordenação do cuidado dos usuários em outros níveis de saúde. Outra característica da Atenção Básica é a de ser a principal porta de entrada do usuário dentro do sistema de saúde. Além disso, a Atenção Básica é capaz de resolver cerce de 80% dos problemas de saúde, ou seja, é resolutiva para o cuidado e “filtra” as demandas mais complexas para o cuidado em outro nível que dispõe de tecnologia e profissionais adequados a resolução daquele problema de saúde.

Na última década o estímulo a consolidação da Atenção Básica foi percebida em todo o Brasil, o que representou uma crescente cobertura da população brasileira pela Estratégia Saúde da Família (ESF). Uma justificativa a esse fato é o incentivo financeiro do governo federal aos municípios para adesão a ESF. Porém alguns problemas relacionados ao acesso aos serviços de saúde de qualidade e a fragmentação do sistema de saúde ainda persistem e, por isso, a superação deste problema se tornou prioridade para a gestão federal e também das gestões da atenção básica estaduais e municipais.

O primeiro passo para identificação das principais questões que estão implicadas com o não acesso integral da população ao cuidado disponibilizado pelo SUS dentro da atenção básica e também da perspectiva da rede de atenção básica é o monitoramento e avaliação do impacto dessa política para a qualificação da atenção disponibilizada e da saúde da população. Assim, surgem os instrumentos de avaliação que buscam retratar a realidade da Atenção Básica e auxiliar no planejamento e na nova direção que a política deve seguir para superar os mesmos ou novos problemas apresentados.

As informações coletadas a partir desses instrumentos e, no momento da análise, aliados a outras fontes de dados como nos sistemas de informações e nas pesquisas de âmbito nacional nos mostram os desafios da atenção básica e orientam na adequação do planejamento em saúde. Em alguns instrumentos é possível verificar a satisfação dos usuários, e os processos de trabalho das equipes multiprofissionais, além de identificar dispositivos de acesso, materiais e insumos, entre outros.

Na esfera federal e na gestão da Atenção Básica, a busca e análise crítica desses resultados fazem parte do cotidiano do trabalho e do planejamento, não só para reorientação de políticas, mas também para subsidiar o apoio aos municípios. 


A implicação da gestão federal para a Atenção Básica começa antes mesmo da elaboração e consolidação de alguma política, pois são decisões tomadas a partir de análises de conjuntura políticas e também de indicadores que subsidiam grande parte das estratégias adotadas. Outro aspecto é a participação dos municípios na tomada de decisão que são, na maioria, representados pelo Conasems. 

Pela minha pouca experiência, a importância que alguns municípios conferem a gestão federal é relevante visto a expectativa de se apoiarem no Ministério da Saúde como forma de organizar seus processos de trabalho e até mesmo de se resguardarem para possíveis fiscalizações. Porém, nessa mesma expectativa tem um lado negativo, pois a indicação do Ministério da Saúde é para um conjunto de municípios que possuem claramente especificidades e, no entanto, as políticas não consideram no detalhe a realidade de cada município e a indicação sempre se da de forma abrangente e geral.


sábado, 12 de setembro de 2015

Na corda bamba


                                                               

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Há momentos na vida em que parece que estamos vivendo em cima de uma corda, sem chão firme para pisar, sem nada e nem ninguém para nos apoiar. Estamos ali, em pé, tremendo e enfrentando desafio a cada desafio, mas com a única opção de olhar pra frente, firmes, com a obrigação de dar um passo a cada vez. Se parar, cai.  Se correr, também. A missão não é cumprir o trajeto e nem chegar a algum lugar, é apenas avançar para uma direção, sempre. O problema e a solução de se equilibrar é lutar contra nossos próprios fantasmas. Pois, quem para pra pensar acaba sem saber andar.



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Vida louca vida
Vida breve
Já que eu não posso te levar
Quero que você me leve

terça-feira, 1 de setembro de 2015

A Síndrome da Folha em Branco

O ato de escrever é considerado rotina para a maioria das pessoas, porém em determinados momentos e tentar expressar ideias, opiniões, implicações, visões sobre determinado assunto pode não ser algo tão simples assim. Com base nesse aspecto e levando em consideração a necessidade de escrever instrumentos como o portfólio e até mesmo o trabalho de conclusão de curso, nos foi apresentado dicas de como superar esse bloqueio ao ato de escrever. 

Abaixo se encontro um texto de Tomaz Tadeu do Programa de Pós- graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (com modificações).



"Como enfrentar a síndrome da folha em branco?


Quem escreve está sujeito, mais cedo ou mais tarde, a ter que enfrentar a síndrome da folha em branco (em inglês se utiliza a expressão writers’block). Temos uma folha em branco (hoje, mais provavelmente, uma tela em branco) à nossa frente e não conseguimos preenchê-la. Ou fazemos variadas tentativas para preenchê-la, repetidamente apagamos e recomeçamos tudo para contemplar, outra vez, a mesma folha em branco com a qual começamos. Não há nenhuma receita infalível para superar o terror da folha em branco, mas algumas das seguintes técnicas e sugestões podem, ocasionalmente, ajudar.

1. Assegure-se de que você tem algo a dizer.
2. Faça um plano geral do que você pretende escrever.
3. Não insista em começar do começo.
4. Divida sua tarefa em uma série de etapas menores.
5. Organize seu texto em torno de um tema restrito e bem delimitado.
6. Estabeleça-se metas exequíveis.
7. Não espere para escrever apenas quando tiver a forma perfeita em sua cabeça.
8. Não fique à espera da milagrosa inspiração.
9. Na falta de palavras, desenhe.
10. Suspenda qualquer censura prévia.
11. Estabeleça um cronograma de trabalho e cumpra-o à risca.
12. Mude: de instrumento, de lugar, de horário.
13. Escreva desordenadamente.
14. Não procure pretextos para não escrever.
15. Conceda-se, se for preciso, pequenas recompensas por cada etapa concluída.
16. Encontre o equilíbrio certo entre ler e parar de ler para escrever.
17. Esteja sempre à espreita de idéias.
18. Não espere para escrever em um mês o que não escreveu em um ano.
19. Pense que você está apenas escrevendo um texto.
20. Controle o seu perfeccionismo.
21. Não fantasie que você deveria estar escrevendo uma outra coisa.
22. Não se considere a única pessoa do mundo a sofrer da síndrome da folha em branco.
23. Pense em um público-alvo determinado.
24. Assuma o papel de um personagem.
25. Tente falar o que você pretende escrever para uma pessoa amiga.
26. Imagine que está escrevendo uma carta a uma pessoa amiga."


segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Uma história Severina

Durante a discussão sobre os métodos de pesquisa, abordamos a metodologia qualitativa e as técnicas utilizadas para elaboração da pesquisa. Outro aspecto foi a busca da ética para a realização de trabalhos científicos.

Como fonte disparadora para a abordagem do tema foi apresentado o documentário abaixo.



"Severina é uma mulher que teve a vida alterada pelos ministros do Supremo Tribunal Federal. Ela estava internada em um hospital do Recife com um feto sem cérebro dentro da barriga, em 20 de outubro de 2004. No dia seguinte, começaria o processo de interrupção da gestação. Nesta mesma data, os ministros derrubaram a liminar que permitia que mulheres como Severina antecipassem o parto quando o bebê fosse incompatível com a vida. Severina, mulher pobre do interior de Pernambuco, deixou o hospital com sua barriga e sua tragédia. E começou uma peregrinação por um Brasil que era feito terra estrangeira - o da Justiça para os analfabetos. Neste mundo de papéis indecifráveis, Severina e seu marido Rosivaldo, lavradores de brócolis em terra emprestada, passaram três meses de idas, vindas e desentendidos até conseguirem autorização judicial. Não era o fim. Severina precisou enfrentar então um outro mundo, não menos inóspito: o da Medicina para os pobres. Quando finalmente Severina venceu, por teimosia, vieram as dores de um parto sem sentido, vividas entre choros de bebês com futuro. E o reconhecimento de um filho que era dela, mas que já vinha morto. A história desta mãe severina termina não com o berço, mas em um minúsculo caixão branco."
Os serviços de saúde estão preparados para acolher essas mulheres?
Existe humanização do cuidado?
Conflito de crenças pode interferir no cuidado em saúde?
Direitos humanos respeitados?
Autonomia dos sujeitos?
Responsabilidade sanitária?
Sofrimento justificado?
Ética nos serviços de saúde?
Vamos refletir e colocar em debate todas essas questões. A saúde das mulheres precisa ser respeitada. Respeitada pelos serviços, pela política, pela saúde, pela segurança, pela justiça, pela equidade, pela liberdade e pela VIDA.

Links sobre o tema:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_mulheres_gestacao_anencefalos.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_humanizada_abortamento_norma_tecnica_2ed.pdf

sábado, 11 de julho de 2015

Requalifica UBS

O Programa Requalifica UBS por DAB/MS:

O Requalifica é umas das estratégias do Ministério da Saúde para estruturação e o fortalecimento da Atenção Básica. Então o MS estimula a melhoria da estrutura física das UBS, acolhedoras e dentro dos melhores padrões de qualidade, de modo a facilitar a mudança das práticas das equipes de saúde.

Criado em 2011, o programa tem como objetivo oferecer incentivo para a reforma, ampliação e construção de UBS, provendo condições adequadas para o trabalho em saúde, provendo melhoria do acesso e da qualidade da atenção básica. Envolve também ações que visam á informatização dos serviços e a qualificação da atenção à saúde desenvolvida pelos profissionais da equipe.

Investimentos:

Tanto a adesão ao programa quanto o registro do andamento das obras são realizadas pelo SISMOB (Sistema de Monitoramento de Obras), ferramenta que possibilita maior controle sobre o andamento das obras e, com os registros em dia, garante a continuidade dos repasses realizados pelo MS.

COMPONENTE
MUNICÍPIOS
PROPOSTAS HABILITADAS 2009 - 2013
VALOR (R$)
Construção
3.818
9.922
3.530.903.666,86
Reforma
2.875
8.315
958.190.351,56
Ampliação
3.168
8.445
901.479.482,80
TOTAL
5.085
26.682
5.390.573.501,22

Abaixo entrevista com Hêider Pinto na NBR sobre o Programa Requalifica UBS em 2013:


A importância do Programa de Requalificação de Unidades Básicas de Saúde se deve ao fato de propiciar melhores condições de trabalho aos profissionais e, consequentemente, conseguir ofertar serviços de saúde de qualidade. Isso demostra a preocupação de consolidar a Atenção Básica no Brasil e indica a priorização dada à Atenção Básica, ou seja, é estratégica para organização dos serviços e ordenadora da Rede de Atenção à Saúde.

O processo de trabalho no DAB para efetivar esse o Requalifica UBS é intenso, visto a proposta central do Programa. Como o repasse dos recursos financeiros é fundo a fundo, existem algumas exigências estabelecidas em portaria. Então, o trabalho dos técnicos do Ministério da Saúde é intenso para dar celeridade aos repasses e também pelo alto volume de propostas cadastras no Sistema de Monitoramento de Obras - SISMOB.

O SISMOB foi um sistema desenvolvido para melhorar o processo de trabalho para análise de propostas, dando mais rapidez para liberação dos recursos. Essas questões de fato auxiliam o repasse de recursos, oferecendo melhores condições, inclusive de planejamento, por parte dos municípios para licitação e contratação.

INTOUCHABLES

OS           I   N    T     O      C       Á        V         E          I           S

O filme conta a história de um senhor chamado Phillippe, milionário, e que possui tetraplegia. Como o agravo o impede de realizar muitas atividades rotineiras ele necessita de um profissional de saúde que o assista no dia-a-dia.

Conta também a história de um homem, o Driss, que foi criado na periferia, pobre, ex-presidiário que necessitava de um trabalho. Ele era solteiro e morava com a mãe e o irmão. Por isso, se sentia na obrigação de ajudar a família e de ser “pai” do irmão mais novo.

As histórias desses dois personagens se cruzam quando o Driss passa a trabalhar como acompanhante ou cuidador do Phillippe. É claro que ao longo de todo o filme é evidenciado as diversas diferenças que existem entre os dois. Um era branco, rico, intelectual e debilitado e o outro era negro, pobre, não muito intelectual, porém muito ativo.

Apesar da total inexperiência e falta de habilidade do cuidador em cuidar do seu “paciente” é exaltado a amizade e como que os dois se relacionavam na busca de viver uma vida um pouco mais leve e sem grandes preocupações com o que já está posto relativo aos cuidados médicos e a condição física de Phillippe. O cuidado para ser eficiente necessita muito mais do que técnica e sim parceria e empatia tanto de um como de outro.

Essas questões podem remeter ao cuidado em saúde, que considera que para se alcançar um êxito na produção de saúde é necessária a construção desse saber em conjunto (profissional e usuário). O profissional detém as técnicas médicas, porém o usuário possui o conhecimento subjetivo do seu campo biopsicossocial. Essa construção é necessária para efetividade do plano terapêutico.


O filme também proporciona várias reflexões a respeito de: classes sociais, poder econômico, acesso a serviços de saúde, características socioculturais, trabalho e renda, questões familiares, preconceitos, humanização do cuidado, relações interpessoais, questões raciais, entre outros.

Trailer do filme:



terça-feira, 7 de julho de 2015

Produzindo cuidado

Para pensar a gestão do cuidado dentro de um modelo de assistência a saúde é preciso tentar organizar a oferta de ações e serviços de modo que os profissionais e usuários tenham o mínimo de vínculo entre eles. Para que haja esse vínculo é necessário que toda a rede de atenção á saúde se comunique e possua fluxos de referência e contrarreferência para poder desafogar demandas de assistência médica, como urgências e emergências, ou no caso de escopo de serviços da atenção de básica, desafogar procedimentos de clínica médica e de enfermagem de grupos específicos, por exemplo. Não excluo a importância desses procedimentos que também devem ser feitos, mas enfatizo a necessidade de que outras atividades não biologicista devem ser incorporadas nas atividades da equipe, sobretudo no campo da atenção básica.

Partindo desse ponto de vista, acredito que um dos passos para se alcançar o ato de cuidado nos serviços de saúde é a incorporação da integralidade na organização dos serviços. A integralidade vai considerar o indivíduo em todas as suas dimensões biológica, psicológica e social, além de enxerga-lo como um integrante da sociedade que possui relações, que pertence a um grupo social, que recebe informações e influências desse ambiente, além de vários outros fatores, como a questão ambiental, sanitária, emprego, educação, entre outros. Seguindo esse pensamento já se é possível à execução do ato do cuidado na relação profissional e usuário, pois o profissional e usuário vão juntos formular e tentar adequar ações específicas para que se resolvam questões que implica na saúde integral desse usuário ou talvez influenciar o coletivo que ele pertença a depender da necessidade/demanda. A integralidade também pode ser entendida como acesso de outros dispositivos disponibilizados na sociedade, que não necessariamente são da área da saúde, e também dentro da área da saúde integrar outros níveis de atenção, com compartilhamento de ações de uma equipe multiprofissional e integrada com o objetivo de oferecer melhores e mais adequados projetos terapêuticos singulares.

A gestão do cuidado considera, dentro dos serviços de saúde, a possibilidade do usuário de acessar diversos serviços diferentes do sistema. O objetivo é de manter vínculo e continuidade do cuidado do usuário, independentemente, de sua condição ou situação clínica. Toda essa lógica se organiza para que a integralidade se concretize e isso gere melhores cuidados para o usuário, organizando e modificando na medida do possível o modelo de atenção, focando no usuário e suas necessidade ao invés do sistema médico centrado e biologicista.

É importante que no encontro composto pelo usuário e profissional haja troca e construção de saber, pois o usuário (ao contrário do que está posto) possui seus saberes, sua história de vida, valores, religião, trabalho, suas possibilidades, seus desejos, suas dificuldades, suas fantasias, seus medos, um momento e tudo isso deve e precisam ser considerados pelo profissional de saúde para que o cuidado efetivamente aconteça. Apesar dessa dimensão ainda menos incorporada no cotidiano da prática da produção de saúde, não se exclui a importância do acesso ao correto diagnóstico e aos procedimentos terapêuticos, por isso, que é necessário que os profissionais possuam também conhecimentos mais duros dentro da sua área aliados com a capacidade desses mesmos profissionais de adequa-los ao contexto e singularidades que se apresentam.

 Um dos requisitos para que haja cuidado é a vinculação e corresponsabilização entre a equipe de saúde e os usuários. Pensando nisso, principalmente na atenção básica, é preciso que a equipe de saúde abra as portas para a demanda espontânea, pois é um dispositivo para se alcançar novos vínculos e aumentar a responsabilização pelos os usuários do território. Nesse sentido se percebe novas necessidades de saúde e novas demandas, até porque essas necessidades podem ser mutáveis. Uma sugestão é a criação de espaços de troca de conhecimentos entre profissionais e equipe, pactuação de responsabilidades, critérios de encaminhamentos, regresso dos usuários para as unidades (continuidade, acompanhamento), entre outros. Outra possibilidade é a construção das linhas de cuidado que garante o acesso integral aos serviços de saúde e define os possíveis pontos de encontros entre profissionais e usuários considerando as necessidades e as peculiaridades.

Penso que para começar a mudar a lógica e a estruturar o modelo de saúde que considere todos os pontos elencados até aqui, é necessário utilizar a educação permanente como dispositivo para disparar essa mudança. A educação permanente pode oferecer essa sensibilidade nos profissionais de saúde, pois olhando o processo de saúde e doença da população por outra ótica (sem ser o olhar biomédico) o exercício dos profissionais se torna bem mais efetivo e os resultados alcançados são os melhores possíveis.


O PMAQ AB (Programa de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica) no seu instrumento de avaliação externa, também tende a induzir que as equipes de atenção básica, os gestores e as unidades básicas de saúde incorporem atividades ou modifiquem alguns quesitos que o Ministério da Saúde considere primordiais para uma atenção básica resolutiva e acessível. É possível verificar no instrumento de avaliação externa – satisafação do usuário – por exemplo, questões de como se dá o acesso aos serviços dos usuários na unidade básica, se conseguem ser ouvidos, se independente do horário e do dia conseguem ser ouvidos por algum profissional, como acontece o acolhimento, se houve resolutividade da necessidade, se houve demora de atendimento, entre outros. Essas questões, minimamente, fazem com o que um conjunto de atores que produzem saúde reflita questões que ainda não eram consideradas para planejamento e organização dos processos de trabalho. Alcançando alguns desses resultados já é possível começar a discutir e agir na perspectiva da gestão do cuidado. O instrumento de avaliação externa pode então ser um bom indutor dessa prática na realidade e cotidiano dos serviços de saúde
Buscando notícias vinculadas pela imprensa na internet sobre o PMAQ, encontrei uma página online referente ao Programa, mas com o objetivo de prestar consultoria para que os municípios consigam boas avaliações e consequentemente recebam mais recursos financeiros.

Nessa página, são dadas dicas para os municípios em como conseguir boas pontuações no Programa do PMAQ. Apesar de se fazer menção quanto aos objetivos do PMAQ, eles focam apenas no valor financeiro máximo que o município pode receber por aquele conjunto de equipes de atenção básica que participam do Programa.

Subjetivamente, existe uma normativa de que os recursos transferidos fundo a fundo (Fundo Nacional de Saúde para o Fundo Municipal de Saúde) sejam distribuídos de forma que as equipes de atenção básica que apresentam melhores desempenhos recebam maiores incentivos. Digo subjetivamente porque, no meu entendimento, a ideia do programa não se resume a pagamento por desempenho da equipe.

Para melhor entendimento, as equipes participantes do PMAQ são comparadas em requisitos como indicadores de saúde e a pontuação formulada a partir da avaliação externa, onde serão analisados vários aspectos do processo de trabalho tanto da equipe de AB, quanto da gestão. Além disso, os municípios são estratificados em 6 estratos e os critérios para essa divisão considera população, produto interno bruto, população com plano de saúde, com bolsa família e extrema pobreza. Dessa forma, a comparação para classificação seguia esse lógica, onde municípios com mesmas características eram comparados com municípios do mesmo estrato, evitando a desigualdade.

Primeiramente, o Programa procura induzir uma cultura de avaliação não só do diagnóstico de saúde da comunidade, mas também de rever processos de trabalho, das necessidades que precisam ser consideradas para melhorar a atuação da equipe da produção de saúde. Outro aspecto importante considerado é a parceria feita entre a gestão de saúde e as equipes de atenção básica, visto que a gestão tem papel primordial para intervir nos processos de trabalho da equipe de atenção básica.

Depois da fase de avaliação, vem a principal atividade que o PMAQ procura induzir que é a reflexão e construção partilhada de um plano de trabalho a fim de que a equipe tenha uma rotina de educação permanente e também melhore os serviços prestados para que a saúde efetivamente chegue a todos que necessitem. Consequentemente, a atenção básica pode se fortalecer e verdadeiramente se tornar a principal porta de entrada dos serviços de saúde, ajudando a organizar a todos os níveis de saúde e sendo resolutiva.


Para alcançar essa gama de objetivos, todos os dispositivos oferecidos ao longo do ciclo do PMAQ são indutivos de mudanças e reflexões a respeito de: ambiência, estrutura física e materiais e insumos básicos para a Unidade Básica de Saúde, perfil de profissionais, educação permanente, planejamento de ações, classificação de risco, territorialização, apoio institucional, entre vários outros.

Por outro lado, esse fato pode refletir o financiamento da Atenção Básica e/ou o subfinanciamento do setor saúde no Brasil. Isso gera a necessidade de se optar por participar do Programa vislumbrando uma maior arrecadação para investir na saúde. Nessa lógica, é preciso ter recursos financeiros suficientes para poder gerar as mudanças desejadas e também otimizar as questões que precisam ser fortalecidas tanto na gestão quanto na assistência a saúde na Atenção Básica.

sábado, 21 de março de 2015

vamos nos testando

É proposto pelo programa a realização de avaliações periódicas, sendo possível avaliar a nós mesmos, a preceptoria e a tutoria. As avaliações dos especializandos foram encaradas por mim como metodologia para reflexão da nossa inserção. Para mim, que nunca tive experiência profissional, foi um bom momento de enxergar minha atuação ou comportamento nesse espaço. 

Confesso que não fiquei totalmente confortável visto que teve um pouco de estranhamento de ter que ouvir outras pessoas analisando minha postura, tudo isso acontecendo ao vivo, cara a cara. Estranhamento porque é um momento peculiar que não existe na maioria dos espaços que participamos/estamos/ocupamos, muito menos em um ambiente considerado profissional (pois para mim é um ambiente profissional e pedagógico). Porém entendo a proposta e também acho muito válida para essa vivência, para que não exista a possibilidade de tornar algo mecânico e separado dos momentos de concentração, dispersão e imersão prática. A ideia é deixar claro nossa colaboração no serviço e não deixar algo solto, pois o ambiente que ocupamos e a condição que temos é muito importante e de muita responsabilidade.

Apesar de a avaliação se transformar mais tarde em uma nota quantitativa e que precisamos alcançar a nota 7,0 para aprovação (é muita crueldade kkk) eu não entendi a proposta como sendo punitiva e nem tão dura pra ter pontuação mínima como requisito de validade, apesar que essa é a lógica que prevalece. Mas encaro como um bom dispositivo para enxergarmos nossas fortalezas e fraquezas, além das nossas habilidades já adquiridas e aquelas que poderão ser trabalhadas (considerando a limitação do instrumento que não abrange a totalidade das competências/habilidades). 

Compreendo também que essas avaliações podem nos dizer se temos o "perfil" para atuar nesse ambiente, pois antes de profissionais somos humanos com desejos, questionamentos, interesses que talvez o serviço não nos ofereça ou retribua. Nessa perspectiva, penso que nem sempre seremos/estaremos aptos a ocupar uma posição no mundo do trabalho que não nos estimula de alguma forma e assim a nossa "avaliação" pode ter algum viés em algum quesito. E isso pode ocorrer não por incompetência ou negligência nossa, mas porque houve incompatibilidade entre trabalhador e trabalho. E pra mim, isso já seria um ótimo resultado extraído da nossa experiência, pois pode acontecer que possuindo aquelas atribuições (que vem como demanda espontânea) não nos sentimos estimulados e que o "posto" exigia algo que infelizmente não podemos oferecer. Não acho justo nos sentirmos punidos por algum ponto que é muito mais complexo do que a simples vontade de querer ou não fazer, apesar do esforço de tentar cumprir a ação/atividade.


domingo, 15 de março de 2015

Resgate suas forças e se sinta bem


Pontes Indestrutíveis 

Charlie Brown Jr

Buscando um novo rumo
Que faça sentido
Nesse mundo louco
Com o coração partido, eu tomo cuidado
Pra que os desequilibrados
Não abalem minha fé
Pra eu enfrentar com otimismo essa loucura
Os homens podem falar
Mas os anjos podem voar
Quem é de verdade
Sabe quem é de mentira
Não menospreze o dever
Que a consciência te impõe

Não deixe pra depois
Valorize a vida
Resgate suas forças e se sinta bem
Rompendo a sombra da própria loucura
Cuide de quem corre do seu lado
E quem te quer bem
Essa é a coisa mais pura
Fragmentos da realidade
Estilo mundo cão
Tem gente que desanda
Por falta de opção
E toda fé que eu tenho
Eu tô ligado
Que ainda é pouco
Os bandidos de verdade
Tão em Brasília, tudo solto
Eu faço da dificuldade
A minha motivação

A volta por cima
Vem na continuação
O que se leva dessa vida
É o que se vive, é o que se faz

Saber muito é muito pouco
"Stay Will" esteja em paz
Que importa é se sentir bem
Que importa é fazer o bem

Eu quero ver meu povo todo
Evoluir também
Que importa é se sentir bem
Que importa é fazer o bem
Eu quero ver meu povo todo
Prosperar também
Resgate suas forças e se sinta bem
Rompendo a sombra da própria loucura
Cuide de quem corre do seu lado
E quem te quer bem
Essa é a coisa mais pura
Difícil é entender e viver no paraíso perdido
Mas não seja mais um iludido
Derrotado e sem juízo
Então!
Resgate suas forças e se sinta bem
Rompendo a sombra da própria loucura
Cuide de quem corre do seu lado
E quem te quer bem
Essa é a coisa mais pura
Viver, viver e ser livre
Saber dar valor para as coisas mais simples
Só o amor constrói
Pontes Indestrutíveis

Expectativas...

Há pouco mais de dois meses de experiência vivenciada no cotidiano no Departamento de Atenção Básica, é proposto para os residentes com a presença de preceptores uma conversa sobre a expectativa criada antes de entrar na imersão prática.

Bom... pra começar eu não costumo criar grandes expectativas de nada, me considero (pelo que me dizem e pelos acontecimentos vivenciados por mim) prático e objetivo quanto ao que está por vir independente do campo, se profissional ou pessoal, prefiro viver cada experiência na medida em que elas acontecem. Entre otimista e pessimista, prefiro ser realista, mas tento (mesmo se não der) extrair e analisar os lados positivo e negativo de cada coisa.

Voltando ao programa e para ciência de vocês, a minha única expectativa (independente do grau, se mais ou menos) era/é de aprender. Eu só não podia sair dessa experiência da mesma maneira que entrei. Transformar. Aprender. Vivenciar. Errar. Corrigir. Acertar. Hoje, quinze de março de dois mil e quinze, eu já posso dizer que aprendi muita coisa daquilo que eu deveria aprender estando nesse lugar, nessa condição e vivenciando essa rotina. Não aprendi nada além disso e não que isso seja ruim, pois é tudo que esse ambiente pode me oferecer nesse momento da minha imersão e nessa minha condição. Não podemos negar o "passo a passo", o trabalho de formiga, as pequenas atividades, os detalhes, o pequeno, que juntos fazem os programas, as políticas de saúde acontecerem. E isso não é o fim do processo, o resultado final é a saúde pra todos, a qualidade de vida, o bem estar social que chega e é sentido por cada cidadão brasileiro. Digo isso porque tenho a impressão que todos querem fazer tudo, menosprezando os trabalhos que aos poucos, juntos, se transformam no resultado final que esperamos. Tudo é processo. A rotina nem sempre é agradável e prazerosa, mas temos que começar de algum lugar, fazendo alguma coisa, não pode parar.

Ao longo da conversa sobre as expectativas, saíram críticas quanto ao processo de trabalho, à falta de integração, a incoerências percebidas e também críticas quanto a condução do programa sobretudo na metodologia deste para esse um ano. Partilho do mesmo posicionamento levantado, porém não vejo como sendo apenas falhas ou decepções das vivências, acredito que essa análise é um resultado importante sobre nossa imersão nesse local. Não acho que devemos assumir um papel inerte e deixar por isso mesmo, mas também não acredito que sozinhos (especializandos e alguns preceptores) consigamos mudar essa realidade presente há algum tempo no departamento. Pra mim, o que pode ser feito é a conversa, o debate, expor as impressões e deixar claro (se tivermos) nossa sugestão para resolver a questão. Se não tivermos solução, penso que só é uma crítica pela crítica. Na minha opinião se não tiver alternativa para solucionar o problema a crítica se torna vazia e pode gerar desconforto para aqueles que estão mais implicados com a questão. Achar uma proposta de solução seria a nossa maior contribuição na minha opinião. Quanto as críticas sobre a metodologia do programa, acredito que também com a exposição das questões e com debate é que resolveríamos os problemas. Assim aqueles factíveis de mudanças resolveríamos ainda nesse programa e os que não deixaríamos como proposta para as próximas turmas.

Após essa conversa percebi como é difícil decifrar nosso papel na imersão prática, alguns preceptores querem expressamente que tenhamos uma postura de trabalhadores, já outros preferem que tenhamos uma participação menos ativa nas coordenações e segundo um relato, tem preceptores que acham que somos estagiários. Esse desajuste deixa ainda mais complicado nossa vivência, além dos desafios do aprender-fazendo e do pouco tempo que iremos passar em cada coordenação para que tenhamos, por exemplo, um papel de "trabalhador". Independente da nomenclatura, eu prefiro me posicionar como eu realmente estou dentro dessa imersão e eu estou como especializando. Estou aprendendo na prática. É ocupando esse lugar que cumprirei minha imersão prática.