É proposto pelo programa a realização de avaliações periódicas, sendo possível avaliar a nós mesmos, a preceptoria e a tutoria. As avaliações dos especializandos foram encaradas por mim como metodologia para reflexão da nossa inserção. Para mim, que nunca tive experiência profissional, foi um bom momento de enxergar minha atuação ou comportamento nesse espaço.
Confesso que não fiquei totalmente confortável visto que teve um pouco de estranhamento de ter que ouvir outras pessoas analisando minha postura, tudo isso acontecendo ao vivo, cara a cara. Estranhamento porque é um momento peculiar que não existe na maioria dos espaços que participamos/estamos/ocupamos, muito menos em um ambiente considerado profissional (pois para mim é um ambiente profissional e pedagógico). Porém entendo a proposta e também acho muito válida para essa vivência, para que não exista a possibilidade de tornar algo mecânico e separado dos momentos de concentração, dispersão e imersão prática. A ideia é deixar claro nossa colaboração no serviço e não deixar algo solto, pois o ambiente que ocupamos e a condição que temos é muito importante e de muita responsabilidade.
Apesar de a avaliação se transformar mais tarde em uma nota quantitativa e que precisamos alcançar a nota 7,0 para aprovação (é muita crueldade kkk) eu não entendi a proposta como sendo punitiva e nem tão dura pra ter pontuação mínima como requisito de validade, apesar que essa é a lógica que prevalece. Mas encaro como um bom dispositivo para enxergarmos nossas fortalezas e fraquezas, além das nossas habilidades já adquiridas e aquelas que poderão ser trabalhadas (considerando a limitação do instrumento que não abrange a totalidade das competências/habilidades).
Compreendo também que essas avaliações podem nos dizer se temos o "perfil" para atuar nesse ambiente, pois antes de profissionais somos humanos com desejos, questionamentos, interesses que talvez o serviço não nos ofereça ou retribua. Nessa perspectiva, penso que nem sempre seremos/estaremos aptos a ocupar uma posição no mundo do trabalho que não nos estimula de alguma forma e assim a nossa "avaliação" pode ter algum viés em algum quesito. E isso pode ocorrer não por incompetência ou negligência nossa, mas porque houve incompatibilidade entre trabalhador e trabalho. E pra mim, isso já seria um ótimo resultado extraído da nossa experiência, pois pode acontecer que possuindo aquelas atribuições (que vem como demanda espontânea) não nos sentimos estimulados e que o "posto" exigia algo que infelizmente não podemos oferecer. Não acho justo nos sentirmos punidos por algum ponto que é muito mais complexo do que a simples vontade de querer ou não fazer, apesar do esforço de tentar cumprir a ação/atividade.